Helena Motta
Autorretrato II
Argila e acrílico + imagem digital
20 cm X 20 cm X 20 cm + dimensões variáveis
2021
Helena Motta
Série Marieta + Exercício de paisagem
Stencil em papel canson + imagem digital
(297 mm x 140 mm ) x 2 + dimensões variáveis
2021
Helena Motta
Série Marieta
Stencil em papel pardo, máscaras de stencil
3,20 cm X 1,75 cm
2021
Entre caminhos e paisagens
O comportamento humano é algo interessante de se observar. Cada singularidade no
nosso modo de agir, de reagir às coisas é uma marca das nossas vivências. O lugar onde
nascemos e somos criados, determina o nosso idioma, nosso sotaque, as expressões e gírias que usamos, tudo isso por causa das influências que absorvemos do ambiente. Meu trabalho explora a influência que os espaços que percorremos têm em nós. Como o ato de caminhar pode ser um recurso para a formação do corpo e da alma. É a partir do movimento que vamos construir paisagens internas que transformam esse corpo, absorvendo parte dos lugares percorridos e também deixando para trás parte de si próprio, como rastros.
Um corpo que se lança no espaço não volta o mesmo que partiu. Deixa para trás pedaços seus e traz consigo pedaços daqueles lugares por onde ele passou. Cartografar lugares percorridos é também uma forma de entender o caminho, recordar experiências, registrar o que aconteceu e enxergar as mudanças que aconteceram ao longo dessa viagem.
Durante o processo de desenvolvimento dessa pesquisa, trabalhos como Ariadne Sísifo
Hermes (http://www.olhageral2020.uerj.br/index.php/artistas/helena-motta/ ) Autorretrato II e os stencils da série Marieta, foram algumas das formas que encontrei para materializar as experiências vividas através da prática do caminhar. Durante os trajetos percorridos, sentia que cada lugar por onde caminhava me atravessava e ficava um pouco em mim. Meu trabalho é uma tentativa de dar forma à essa expansão do corpo que experimento ao me colocar em movimento, por esses caminhos.
Enquanto em Ariadne Sísifo Hermes podemos presenciar as trocas que podem acontecer
durante um caminho, observando como um corpo deixa em forma de rastros partes do seu ser, ao mesmo tempo que traz consigo parte daquele caminho, marcando esse traçado no chão, em Autorretrato II vemos como um corpo trancado entre quatro paredes também se movimenta e também deixa marcas nesse espaço. E finalmente, na série Marieta, temos um corpo que se transforma em paisagem, ao absorver mapas de cidades que foram pontos de passagem em um processo de caminhar. O corpo se torna a cartografia dessa prática do caminhar.
Orientação TFG: Alexandre Vogler